Fenomenologia do Espírito, de Hegel (e como Marx por ela é influenciado)
This is Not Philosophy This is Not Philosophy
173K subscribers
7,302 views
619

 Published On Nov 9, 2022

O que caracteriza a fenomenologia do espírito? O que é o espírito para Hegel? Qual é o conceito de Fenomenologia estabelecido por Hegel? Qual é a relação entre Hegel é Marx?

A especulação filosófica surge quando a razão, negando as finitudes da consciência, eleva-se até si mesma e até o absoluto. A passagem da consciência comum para a consciência filosófica, porém, não pode se dar de modo repentino, imediato, mas tem necessidade de uma mediação que seja ela própria filosófica. Ora, a Fenomenologia do Espírito foi concebida e escrita por Hegel exatamente com o objetivo de purificar a consciência fenomênica e de elevá-la mediatamente até o saber absoluto. A Fenomenologia é, portanto, uma introdução ao filosofar, que é já ela própria um filosofar.

Além disso, trata-se de uma “introdução” que constitui um momento não só da vida humana, mas também da vida do absoluto, do qual o homem é parte estrutural. Ela é a via filosófica que, conduzindo a consciência finita ao absoluto, coincide com a via que o próprio absoluto percorreu para chegar até si mesmo, e seu método, portanto, só pode ser o dialético.

Mais precisamente, a fenomenologia (de phainomenon, “o aparecer”, e lógos, “ciência”) é a ciência do aparecer do espírito que se eleva gradualmente, mediante momentos ligados dialeticamente até o saber absoluto. São dois, portanto, os planos que nela se cruzam e se justapõem:

1. A via percorrida pelo espírito infinito para chegar a si por meio de todas as vicissitudes da história do mundo.

2. O plano do espírito do homem individual, que deve percorrer novamente a mesma via para dela se apropriar.

A história autêntica da consciência do indivíduo consiste em percorrer novamente a história do espírito.

O Espírito que aparece é a consciência em sentido lato, isto é, como consciência de algo diferente (seja interno ou externo, e de qualquer tipo), cujo caráter peculiar é, portanto, a oposição sujeito-objeto. Ora, o itinerário da Fenomenologia é a progressiva mediação dessa oposição até sua total superação, e percorre as seguintes etapas:

• Consciência (em sentido estrito),
• Autoconsciência,
• Razão,
• Espírito,
• Religião,
• Saber absoluto.

Cada uma dessas etapas é constituída por diferentes momentos ou “figuras”, que sucedem segundo um ritmo dialético cuja mola está na necessidade de superar toda desigualdade entre o sujeito (a consciência do Eu) e seu objeto (o “negativo”). O momento culminante do processo coincide com o momento em que o espírito se torna objeto para si mesmo, dando assim lugar ao saber absoluto, isto é, ao sistema da ciência que Hegel exporá na lógica, na filosofia da natureza e na filosofia do espírito.
____________________________
Este vídeo é um corte da aula maior, intitulada "Hegel | História da Filosofia | Prof. Vitor Lima | Aula 23", do Curso de História da Filosofia do INÉF (2020), disponível aqui:    • Hegel | História da Filosofia | Prof....  
_____________________________
📸 CANAIS DO INÉF

🦉 Mentoria individual: https://istonaoefilosofia.com/mentoria/
🦉 Clube INÉF: https://www.istonaoefilosofia.com/clu...
🦉 Instagram:   / istonaoefil.  .
🦉 Telegram: https://t.me/istonaoefilosofia
🦉 Carta aberta semanal: https://www.istonaoefilosofia.com/carta/
🦉 Contato: [email protected]
____________________________

00:00 Introdução
00:21 Movimento dialético da realidade
00:46 O que é fenomenologia
01:08 O que é espírito
01:47 O que é a Fenomenologia do Espírito
02:12 Caminho do Espírito para chegar a si mesmo
02:26 Caminho do indivíduo empírico para se conhecer
02:33 O mapa da Fenomenologia do Espírito
03:20 Homem como consciência da Realidade
04:58 Marx se apropria de Hegel
____________________________
BIBLIOGRAFIA

BORNHEIM, Gerd A. (org.). Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Editora Cultrix, s/d.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Tradução de Paulo Meneses. Colaboração de Karl-Heinz Efken e José Nogueira Machado. 9º ed. Petrópolis, RJ: Vozes. Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2014.
JAPIASSÚ, Hilton, MARCONDES, Danilo. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.
KENNY, Anthony. Uma nova História da Filosofia Ocidental (vol. 3) – O despertar da Filosofia Moderna. 2ª ed. Tradução de Carlos Alberto Bárbaro. Revisão de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
REALE, Giovanni, ANTISERI, Dário. História da Filosofia (vol. 5) – do romantismo ao empiriocriticismo. Coleção História da Filosofia. Tradução de Ivo Storniolo. 1ª ed. [2005]. 3ª reimpressão [2018]. São Paulo: Paulus, 2018.
SINGER, Peter. Hegel – A Very Short Introduction. Oxford: Oxford University Press, 2001.

show more

Share/Embed