PRA QUEM REFUGA SINUELO

Cerrou o rodeio da várzea
Fechou dez talhas na conta
“saía oitenta boi gordo”
E um “pampa” sinuelava a ponta.

Foi neste aparte de campo
Que se formou o atropelo
Quando o “fumaça” alçado
Refugou o boi de sinuelo.

Já vinham fazendo a escolta
Quatro “ovelhero” alarmados
Que se agarraram na volta
Deste zebu mal costeado.

Ergueu a vassoura da cola
Cravou o focinho na terra
Berrando chairava as “aspa”
Afiando as armas pra guerra.

Firmou a carga da esgrima
Atropelando os cachorros
Que toureavam o caborteiro
Riscando a dente seu couro.

Puxei o tento do laço
Abri ligeiro uma armada
Botei mais quatro rodilhas
Pra garantir a cuerada.

No grito de: foi pro mato!
Minha armada voa no espaço
E o meu gateado, certeiro
Corta o caminho do rastro.

Pode esporear na picanha
Que “ta” na “corda” parceiro
Quebra o sabugo da cola
Mostra pra ele o sinuelo.

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