Barco Sem Pescador (completo)
Ailton Nery Ailton Nery
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 Published On Jan 16, 2016

Um drama em três atos, escrito em 1945 pelo dramaturgo espanhol Alejandro Casona, ganhou às telonas no Vale do São Francisco na forma de um amor, uma vida e um pesadelo. O filme Barco sem Pescador, todo produzido na região, sem fins lucrativos, com gente daqui e dirigido por Hertz Felix é um verdadeiro “copo d’água” nestes tempos de crise hídrica, política e econômica. Concebido no formato Full HD, com 36 minutos e 21 segundos, este média - metragem, que tem a direção de fotografia assinada por Ailton Nery, impacta, logo à primeira vista, com um festival de bonitas imagens do rio São Francisco, ao som do Boato Ribeirinho, música de Nilton Freitas, Wilson Freitas e Wilson Duarte.
Depois, uma trama bem enredada, em meio ao cotidiano de pescadores da ilha do Massangano, vai revelando desejos secretos e pactos difíceis de se cumprir. Um enigmático exportador de frutas Ricardo Jordão (Elder Ferrari), se entrega a tentação do demônio afim de recuperar sua fortuna, ao preço da morte de um pescador desconhecido. A viúva Estela (Kátia Gonçalves), vive o dilema da perda do pescador assassinado em um acidente misterioso e do próprio medo da morte do rio. E neste universo multifacetado, onde emergem paixões mal escondidas e peculiaridades culturais de uma gente meio terra, metade água, a película segue seu destino de peixe: varejando em mínimas condições técnicas para depois navegar, a todo vapor, numa entrega total de um elenco determinado.
A vida dos ribeirinhos, marolas e maretas vão se misturando neste meio liquido e pantanoso, que emociona e também faz rir, como nas tiradas engraçadas da personagem vivida pela atriz Rosália Costa. Fazem parte ainda do elenco Yonara Santos, Ivo Lancelote e Flávio Ângelo. Todos artistas das mesmas margens. A trilha sonora surpreende ainda com uma canção de Zé Manoel e a bela voz de Joyce Guirra. O figurino é de Carmem Lúcia Rodrigues, direção de arte, Ivo Lanceloti, operador de áudio, Herbert Gonçalves e finalização, Semário Andrade.
O média-metragem, que vai fazer parte do projeto social Cinema na Praça, a ser exibido gratuitamente a partir de janeiro em comunidades de distritos e bairros de várias cidades da região do São Francisco, foi filmado em 48 horas, segundo o roteirista e diretor Hertz Felix. Certamente um recorde que chamou a atenção, e muito, do público que foi ao Centro de Cultura João Gilberto, no último dia 22 de novembro, conferir o lançamento de Barco sem Pescador.
Mas, em se tratando de Hertz Félix, não é nenhuma surpresa. Com um currículo, que traz na bagagem, nada menos que 71 peças teatrais, 11 radionovelas, 13 filmes, 3 telenovelas e a participação na Minissérie da Rede Globo Amores Roubados, este artista pode muito mais. Nascido em São Paulo – SP, em 1962, ele veio para a Bahia em 1969 para morar no distrito de Pinhões, município de Juazeiro. Com o histórico de ter visto o primeiro filme na vida em 1974 – um Western Bang Bang no Cine São Francisco, Hertz Felix teve seu primeiro alumbramento cinematográfico, quando de volta a São Paulo, conheceu o cineasta Tony Vieira.
Depois de dois anos, fazendo pontas como ator, continuísta e assistente de produção, Hertz fez um curso de elaboração de roteiros para cinema e televisão com o já reconhecido homem de TV Doc Comparato. Ainda na capital paulista, trabalhou como ator nas novelas Meus Filhos, Minha Vida e Jerônimo, o Herói do Sertão, no SBT, e voltou a Juazeiro em meados de 1978, onde posteriormente dirigiu os filmes Bravios do Sertão – Volúpia – Perfídia – Seara Prometida – Açúcar Amargo e Irmãos Quixaba. Foi quando foi convidado a fazer uma participação na telenovela Marcas da Paixão, pela TV RECORD.
*Carlos Laerte é poeta, jornalista e diretor da Clas Comunicação & Marketing.

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