Coração Bovino - Cisto linfatico e adipoxantose (Carotenose ou lipocromatose exógena)
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 Published On Premiered Jun 13, 2024

A ingestão excessiva de PIGMENTOS VEGETAIS (caroteno, xantofila, etc) lipossolúveis (cromolipídios ou lipocromos exógenos) produz coloração amarela-pálida na pele e vísceras, sem efeitos deletérios conhecidos. As celulas que mais captam tais pigmentos são as celulas da adrenal, dos testículos e da vesícula seminal, as luteínicas do corpo lúteo, as celulas de Kupffer do fígado, as celulas ganglionares e os adipócitos. A quantidade de carotenoide nos tecidos varia conforme a espécie e está na dependencia da eficiència relativa na conversão de caroteno em vitamina A. A carotenose pode ser diferenciada da icterícia e da esteatose com base nos seguintes testes: água e éter; éter e álcool. RESULTADO: O fragmento flutua? É Esteatose. O éter se cora? É carotenose. Os PIGMENTOS CAROTENÓIDES entram no corpo com o alimento, por isso são classificados como pigmentos exógenos. Quando depositados no tecido gorduroso e no fígado, em nível tal que eles se tornam grosseiramente visíveis, denomina-se CAROTENOSE. A carcaça com carotenose pode ser diferenciada daquela normal e ictérica pelo exame post mortem comparativo (coloração não amarela-pálida da gordura, da cartilagem xifoide, duramáter e íntima dos vasos sanguíneos). A ICTERÍCIA deve ser distinguida da coloração amarela da gordura, que é comun em vacas velhas e em certas raças leiteiras e, as vezes, em suínos e ovinos. Essa coloração amarela limitada aos tecidos gordurosos é devida a presença do pigmento CAROTENO e é ou uma característica racial normal, como sucede nos gados jersey e Guernsey, ou resultado da assimilação de alimentos contendo caroteno. Uma coloração acentuada dos tecidos gordurosos é muitas vezes vista em ovinos, sendo atribuída a um fator hereditário que incapacita o animal para oxidar os pigmentos amarelos de seu alimento, as XANTOFILAS.
A DIFERENCIAÇÃO entre icterícia e a coloração normal da gordura pode ser estabelecida em decorrência da coloração característica generalizada da icterícia e pode ser confirmada, também, pelo seguinte teste abaixo: TESTE: Colocar 2 gramas de gordura em um tubo de ensaio e adicionar 5 mL de uma solução soda câustica a 5% e ferver por 1 minuto, agitando frequentemente; resfriar sob uma torneira com água em temperatura ambiente, até ficar morno o conteúdo; adicionar metade ou até o volume igual de éter. SE a bilirubina estiver presente, forma-se um sal de sódio solúvel em água, que fica na camada inferior, e apresenta coloração AMARELO-ESVERDEADA. Na coloração amarela fisiológica da gordura, a camada superior de éter estará amarela; quando ambos os pigmentos estiverem presentes, camada superior estará amarela e a inferior, AMARELO-ESVERDEADA.
Exame Post Mortem: Métodos de diagnóstico: 1 - História da origem dos animais; 2 - Observação (tecido conjuntivo fibroso); 3 - Incisão Os ACHADOS SIGNIFICANTES encontrados no exame post mortem são: GORDURA AMARELA; FÍGADO COM COLORAÇÃO VARIANDO DE AMARELA A AMARELO-ALARANJADA (o pigmento pode tingir as mãos).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Deve ser feito com icterícia; características raciais; tecido hepático amarelo-pálido, comun nas vacas em gestação (infiltração gordurose); esteatite e gordura de animais velhos. A diferenciação com icterícia pode ser feita como segue: TESTE 1: Colocar uma toalha de papel branca sobre a superfície do corte, particularmente do fígado. Um pigmento amarelo-alaranjado colorindo a toalha indica a presença de CAROTENÓIDE; TESTE 2: Colocar um pedaço de fígado em água quente; no fígado com carotenose, a coloração aumenta para quase laranja; nos outros torna-se cinzenta.
DECISÃO SANITÁRIA POST MORTEM: A deposição de pigmentos carotenoides no tecido gorduroso não interfere no destino da carcaça. Porém, os fígados com carotenose são condenados. A carotenose em fígados é devida à deposição anormal de pigmentos carotenoides em grandes quantidades. Parece que há dano tóxico às celulas do fígado, que não são capazes de converter o caroteno. Quando: 1 - as carcaças conservarem sua coloração depois de resfriadas, podem ser destinadas ao aproveitamento condicional, a juízo do Serviço de inspeção Veterinária; 2 - Nos casos de coloração amarela somente da gordura de cobertura, quando a musculatura e as vísceras estiverem normais e o animal se encontrar em bom estado de engorda, com gordura brilhante. firme e de odor agradável, a carcaça pode ser liberada para consumo ou destinada ao aproveitamento condicional (charque).

ICTERÍCIA

Icterícia é a impregnação dos tecidos com pigmento biliar, a que se juntam, ainda, na icterícia de reabsorção, os componentes biliares restantes.O pigmento produz coloração amarela característica, particularmente notada nas mucosas, conjuntiva, zonas cutâneas não pigmentadas, no tecido adiposo e conjuntivo, em válvulas cardíacas, íntima dos vasos e líquidos orgânicos; outros tecidos, como a córnea e a substância cerebral, não apresentam esta coloração.
BIBLIOGRAFIA
Patologia Aplicada à Insp. de Carnes-Lacir. F. D. Santos & Rubens T. Fukuda

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