Oi gente, tudo bem com vocês?
O video de hoje é mostrando um pouquinho da minha adaptação e como esta sendo esse periodo que estou aqui em Portugal.
Confesso que não esta sendo nada facil e que a vontade de voltar para o Brasil é Grande, mas eu também sei que isso faz parte do processo e que se vencer ele a recompensa vai vir.
Deixo aqui embaixo pra vocês um texto sobre o processo de adaptação do imigrante, no qual eu me vi muito nele, e acredito que todo imigrante vai se identificar tambem com pelo menos 2 pontos cujo o texto fala.

A primeira fase de adaptação do imigrante é a fase da Lua de Mel – Você chega e fica encantado com tudo. “Vou começar uma nova vida, vai ser tudo maravilhoso”. Você olha algo e fica “Nossa! Que legal isso!”, “Nossa, isso é tão diferente!”, “Nossa, isso é tão melhor!”, “WOW! Olha o supermercado, quanta coisa interessante que eu nunca vi no meu país!” Você fica fascinado com os Estados Unidos, tudo é novo e você quer ir aos lugares turísticos e conhecer tudo. Enfim, é uma fase de fascinação.

Depois vem então a fase da Rejeição – Depois da primeira fase de fascinação e admiração, você começa a olhar para o lado negativo das coisas. Tudo bem que tem muita coisa que é melhor, que é mais interessante, mas tem muita coisa também que é difícil pra você. Há muitas coisas, talvez, com as quais você não concorde. Você vai ter uma luta de princípios e valores dentro de si. E você começa a cair na real e a ter que se adaptar ao dia a dia, começa a pensar em como vai sobreviver e ganhar dinheiro, como vai se estabelecer aqui e a sentir todo o estresse de montar uma casa nova, tirar carteira de motorista, colocar as crianças na escola e muitos outros que começam a afetar você. E então, começa a cair a ficha de que nem tudo são flores e de que nem tudo é tão perfeito e tão legal assim. Você percebe, então, que é um imigrante, que talvez não fale a língua ou não tenha a fluência necessária. E você chega à conclusão de que você terá um caminho longo para percorrer até que se adapte. O sonho americano existe, mas não é tão fácil como você pensava. As frases comuns nesse período são: “Mas, que lugar!”, “Puxa, estes americanos…”, “Não aguento este povo!” E é nesse momento também que começa a bater aquela saudade do Brasil, das pessoas que deixou pra trás e você começa a sentir aquela nostalgia. E parece que o Brasil é tão melhor do que aqui, no fim das contas. Você, na sequência, começa a querer voltar para o Brasil. “Não, porque no Brasil é assim…” , “Ah, no Brasil é tão melhor! (suspiro)” E eu conheço alguns maridos americanos que ficam chateados e dizem: “Se o Brasil é tão melhor porque todo mundo quer vir para os Estados Unidos?”. E é verdade, mas nesse momento você está vivendo a dor do estranhamento e da separação. Então, você olha para o seu país e todo aquele contexto que lhe parece tão familiar, ao qual você já estava tão habituado e adaptado e ele começa a parecer ser melhor do que aquilo que você está vivendo no momento, que é o estresse com o que não lhe é familiar e que desafia você.

A terceira é a fase da Aceitação – E como é essa fase? Você começa a enxergar que, sim, existem diferenças. Sim, existem dificuldades. Mas, depois de certo tempo, você já se adaptou um pouco mais, as crianças já se adaptaram na escola, você já sabe onde é o supermercado, já entendeu como algumas coisas funcionam, já sabe o que pode e o que não pode fazer, já superou um pouco mais aquela saudade cruel e começa a pensar: “Ok, eu consigo sobreviver aqui”, “Ok, eu posso continuar”.

Depois disso, vem a quarta e última fase, a Adaptação – Nessa fase, você começa a ser feliz aqui e se sente mais integrado. Você já não é quem você era antes, já se tornou uma nova pessoa com novos valores, novos princípios e novos costumes. Talvez tenha mantido um pouco da sua identidade cultural original, mas, à medida que você sofreu a influência da nova cultura, você já entendeu que talvez haja princípios desta cultura que sejam interessantes e melhores. Nesse ponto você fez toda uma troca na sua mente e estabeleceu seus novos valores e hábitos. E você consegue, então, ser feliz aqui, embora saiba que nunca vai resolver a saudade dos familiares e amigos, mas aprendeu a conviver com essa realidade e, nesse momento, já conseguiu estabelecer uma rede de apoio um pouco maior com novas amizades e grupos sociais; tudo parece se ajustar e ser feliz aqui .

Então, se você ainda está na primeira, segunda ou terceira fase, fique preparado para as fases seguintes e saiba que no final vai dar tudo certo, se você conseguir passar pela fase crítica. Tem gente que não consegue e volta para o Brasil. Mas, se você conseguir “segurar a peteca”, você pode chegar então à fase final que é uma fase de felicidade e adaptação.
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