Fatores de textualidade (Intencionalidade, Informatividade, Aceitabilidade, Intertextualidade, etc.)
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 Published On Aug 1, 2020

"VOCÊ EM CASA E O IFPI EM MOVIMENTO"
Prof. Dr. Daniel Glaydson Ribeiro - IFPI Campus Cocal

Aulas específicas sobre os fatores:
COESÃO -    • COESÃO referencial & sequencial  
COERÊNCIA -    • Coerência: o principal fator de textu...  
INTERTEXTUALIDADE -    • Intertextualidade: paráfrase e PARÓDI...  

Slides disponíveis como Recurso Educacional Aberto no link: https://www.academia.edu/45278184/Sli...

Mapa mental adaptado livremente a partir de diagrama sem indicação de autoria na plataforma Coggle: https://coggle.it/diagram/Wei1xniayQA...

Se você conhece ou for o(a) Autor(a), terei todo prazer em referenciá-lo(a).

Áudio transcrição (parcial, devido ao limite de caracteres):
Bom dia, turma! Vamos dar início hoje a uma sequência de aulas sobre uma temática muito produtiva para nossa atuação como produtores de texto, e também como leitores, claro. Como temos dito, escrever e ler são duas atividades indissociáveis. Nossa sequência de aulas tratará dos Fatores de textualidade, hoje com foco nos cinco fatores pragmáticos, e nas próximas aulas abordaremos os dois fatores mais famosos, digamos assim, que são a Coesão e a Coerência.
Para falarmos de fatores de textualidade, precisamos definir o que é um texto. Vamos considerar aqui, com a profa. Ingedore Koch, que será referência fundamental ao longo destas aulas, que "O texto é a unidade básica de manifestação da linguagem" (KOCH, 1996). Não estamos, pois, no reino da frase, da oração ou do período, como no estudo da gramática tradicional, mas no reino do texto.
O que o define não é sua extensão, mas o fato de ser uma unidade de significação em relação ao contexto. Por isso uma palavra sozinha pode funcionar como texto, como uma placa de Silêncio em um hospital. Aqui neste exemplo ela vem reforçada com a linguagem verbal, a palavra, e a linguagem não verbal, o desenho do gesto de silêncio. Um texto possui uma unidade de sentido, não pode ser apenas um amontoado de palavras ou frases desconectadas. A palavra Silêncio na parede do hospital está conectada ao seu contexto, é pertinente e relevante, o que não ocorreria se essa mesma placa estivesse na parede de uma sala de aula, por exemplo, pois ali construímos o conhecimento através da fala, do diálogo e até do barulho, não é verdade?
Portanto, organização e inter-relação de ideias envolve aspectos internos e externos ao texto. Ou seja, aspectos locais, intratextuais, e aspectos globais, extratextuais. Tais aspectos afetam a produção e recepção de textos e são chamados de fatores de textualidade.

Quais são eles?
Coesão
Coerência
Intencionalidade
Aceitabilidade
Informatividade
Situacionalidade
Intertextualidade

Texto de minha autoria utilizado como exemplo:
"O som protoindo-europeu Teks* é algo mais que uma raiz, é um abissal rizoma: dele brotaram nada menos que as palavras texto, contexto, pretexto, assim como técnica, tecnologia e até as placas tectônicas (cujo movimento é a causa dos terremotos e das erupções vulcânicas), e ainda as palavras arquitetura e “cibertetura”, conforme o neologismo proposto por Derrick de Kerckhove (2001, p. 70). Portanto, todas estas palavras e suas variações rebentam da arcaica atividade têxtil: tecer, tear, fabricar ou coser fios, tecidos, tapetes, a atividade ou a arte da tapeçaria e da tessitura, aquela com que Penélope preenchia o dia para destecer durante a noite, à longa espera do amor de Odisseu."

Começando pela intencionalidade, cujo nome é daqueles que diz tudo. Intenção textual, propósito, ideia. Todo ato de fala tem um objetivo, tem um alvo. Ter clareza das nossas intenções textuais é muito importante, pois é a partir dessa clareza de minha intencionalidade que vou decidir qual gênero textual utilizar, qual nível da linguagem empregar, etc.
Qual a intenção do exemplo que acabei de ler no slide anterior? Exatamente a intenção de trazer para vocês, de uma forma algo poética, algo rebuscada, uma informação etimológica sobre a palavra texto. Mas além da intenção explícita, há sempre algo implícito, as chamadas segundas intenções, por exemplo no rebuscamento intencional e no uso de intertextos que servirão como exemplo ao longo da aula, como podemos ver desde já, pois aquele rebuscamento intencional, um texto um pouco difícil de ler, nos conecta com o próximo fator, a informatividade. "Quanto menos previsível se apresenta o texto, mais informatividade", ou seja, quanto menos nosso interlocutor souber sobre o assunto em questão, maior será o nível de informatividade. Mas é preciso tomar cuidado, pois tanto a falta quanto o excesso de previsibilidade são prejudiciais à aceitação do texto. Tanto o texto imprevisível demais quanto o texto previsível demais são problemáticos.

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