No vídeo de hoje, falaremos sobre a dor lombar, ou lombalgia.

A lombalgia é um dos principais motivos de consulta médica em todo mundo e também uma grande causa de incapacidade temporária ou definitiva. Para muitas pessoas, os episódios de dor nas costas melhoram sem nenhum tratamento específico. Outros acabam persistindo por mais de três meses, e desenvolvem a dor lombar crônica.

A dor lombar pode ser um sintoma de uma grande variedade de situações afetando a coluna, incluindo doenças degenerativas, inflamatórias, infecciosas, neoplásicas, dermatológicas e traumáticas.

As quatro principais causas de dores na lombar são:
1. Contratura muscular: começa de maneira súbita, sem irradiação para outros locais. Está relacionada com sobrecarga mecânica ou vício postural prolongado. É a principal forma de lombalgia aguda

2. Lombalgia mecânica comum: é a principal causa de dor lombar crônica.

3. Hérnia discal com acometimento nervoso: o quadro clínico típico é de dor lombar aguda após esforço em flexão lombar com dor irradiada para um dos membros inferiores até o pé, respeitando o trajeto da raiz acometida.

4. Estenose do canal lombar: deve ser suspeitada em pacientes apresentando claudicação associada a dor lombar crônica, dor e fraqueza na (s) perna(s), com trajeto de várias raízes, e que piora com a extensão da coluna lombar.

Diante de tantas possibilidades de causa para dor lombar, a realização excessiva de exames pode inclusive causar erros no diagnóstico. Muitos achados, como processos degenerativos (próprios do envelhecimento), guardam pouca ou nenhuma correlação com a presença de sintomas. Cerca de um terço dos indivíduos assintomáticos apresentam hérnias de disco na ressonância magnética, por exemplo.

Assim, durante a avaliação do paciente com dor lombar crônica, uma boa investigação clínica, associada a um exame físico completo são suficientes em grande parte dos casos para chegarmos ao diagnóstico.

Alguns sinais de alerta ou 'red flags", devem sempre ser checados: febre, perda de peso, dor noturna, uso de corticoides, paciente imunossuprimido e antecedente neoplásico podem indicar causas de maior gravidade, demandando uma investigação complementar mais precoce.

Em relação ao tratamento, a grande maioria dos casos é conservador, ou seja, sem necessidade de abordagem cirúrgica. Analgesia, antiinflamatórios e fisioterapia costumam ser a primeira linha de escolha, com bons resultados. Casos refratários devem ser reavaliados pelo especialista.

E hoje, antes de me despedir, eu gostaria de deixar uma mensagem final para vocês:

Geralmente, os pacientes esperam que exames de imagem sejam solicitados durante a consulta inicial para dor lombar. Embora não seja possível fornecer um diagnóstico definitivo para o sintoma na maioria dos pacientes, é importante entender que, após a avaliação clínica detalhada, associada a um exame físico completo que sugira uma lombalgia mecânica ou inespecífica, é improvável que haja um problema sério por trás do sintoma. Muitas vezes, quando pedimos exames, acabamos encontrando achados de imagem incidentais, não relacionados à dor, o que pode levar à realização de mais exames ou à intervenções adicionais desnecessárias. Assim, a obtenção de imagens é apropriada quando não houver melhora do quadro conforme é esperado.

Se você tem dor lombar crônica, agende uma consulta com um reumatologista

Quem sou eu:
Médica formada pela Faculdade de Ciências Médicas de MG – CRM-MG 71401
Especialista em Clínica Médica HGIP/IPSEMG – RQE 46817
Especialista em Reumatologia pela Santa Casa BH – RQE 50241
Título de Especialista em Reumatologia pela Sociedade Brasileira de Reumatologia
Membro da diretoria da Sociedade Mineira de Reumatologia – biênio 2021/2022
Preceptora da Residência de Reumatologia Santa Casa de BH
Reumatologista do Corpo Clínico do Hospital Biocor
Membro da equipe de pronto atendimento do hospital IPSEMG e Instituto Orizont
Professora do Internato de Reumatologia da Faculdade de Medicina - FASEH

Site: https://portaldareumatologia.com.br/
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