Cordeona sem Dono
Letra Francisco Brasil
Melodia Edilberto Bérgamo



CORDEONA SEM DONO

Cordeonita galponeira,
que quase ninguém recorda
quem trouxe pra estância, um dia…
Vai se saber que magias
qu'esta gaita recolheu
dos rincões que percorreu
reculutando harmonias...

Passa períodos quietita…
compondo o lindo cenário
habitual de um galpão,
como guaxa de um refrão
que acompanha acomodada
nas bombachas remendadas,
sobre a perna de um peão.

Esta cordeona sem dono
está co'a alça quarteada,
mais de um botão com defeito…
como um resumo perfeito
dos azares e das glórias
dos que contaram histórias
co'esta gaita junto ao peito.

Quem sabe, rolou o mundo,
nas dimensões da querência,
nos bastos de algum gaiteiro…
e, agora, lembra um campeiro
que acomodou-se na estância
mas que só vê importância
no que viveu 'de primeiro'...

Chapéus de copa furada,
tesoura antiga Corneta,
bota que o taco escapou…
donde a cordeona ficou
estão todos elementos
desses crioulos momentos
que ela já sonorizou.

Esta cordeona sem dono
guardou porções de querência
em mil rondas galponeiras,
com a misteriosa maneira
de unir encantos dispersos
de tocadores diversos
entre os baixos e as hileiras.


Interprete Edilberto Bérgamo
Gaita de oito baixos Edilberto Bérgamo
Violão base e vocal André Teixeira
Violão solo e vocal Gabriel Jardim
Violão solo Matheus Alves
Contrabaixo João Marcos “Negrinho” Martins

36º Reponte da Canção
Imagens do Festival
Sax Som e Luz